A devastação causada pelas enchentes de maio deste ano no Rio Grande do Sul afetou não apenas lares e negócios, mas também instituições vitais para a comunidade, como a Associação de Assistência Nipo-Brasileira do Sul, conhecida como Enkyosul. Com sede localizada no bairro Anchieta, a entidade, que desde 1971 oferece assistência social e apoio aos imigrantes japoneses e brasileiros, além de promover atividades culturais e educacionais, viu suas instalações serem destruídas pela força das águas.
O Enkyosul é uma referência na região sul do Brasil, não apenas por seu trabalho social, mas também pelos laços profundos que mantém com a cultura e a comunidade nipo-brasileira. O Dr. Emílio, que além de médico é um renomado especialista em longevidade, destacou que a perda é ainda mais significativa para os imigrantes que, assim como muitos agricultores da região, perderam tudo nas enchentes.
Brazilian Day 2024: Apoio à Reconstrução
Diante dessa tragédia, a diretoria do Bunkyo de São Paulo convidou a organização do Brazilian Day JapanHamamatsu para abraçar uma campanha de arrecadação para viabilizar a construção de uma nova sede. A estimativa é que sejam necessários entre R$ 2 e 3 milhões para a aquisição de um imóvel adequado, seguro e acessível.
Com muito carinho e uma generosidade, o Brazilian Day JapanHamamatsu2024, o maior evento cultural voltado à comunidade brasileira no Japão, adotou o tema da campanha, "Gambatchê", uma junção das palavras japonesas "Ganbatte" (que significa algo como "dê o seu melhor" ou "não desista") e o português "Tchê", uma expressão muito comum no Rio Grande do Sul e em outras regiões do sul do Brasil, especialmente em comunidades gaúchas. Ela é usada para chamar a atenção de alguém, expressar surpresa ou enfatizar o que está sendo dito.
Durante o evento, será instalada uma urna especial para que os participantes possam fazer suas doações e apoiar a reconstrução da sede do Enkyosul. Todo o valor arrecadado será destinado à entidade. O objetivo é unir esforços prol da recuperação de uma entidade que, há mais de cinco décadas, dedica-se à assistência e à preservação da cultura nipo-brasileira.
“Nossa sede ficou submersa por quase dois meses em uma água suja, semelhante à de esgoto. Quando as águas baixaram, percebemos que o imóvel estava condenado, com as paredes contaminadas e sem condições de uso”, lamentou o diretor do Enkyosul, Dr. Emílio HideyukiMoriguchi. Além dos danos à estrutura física, a entidade perdeu documentos, equipamentos e até um ônibus que servia para atividades de assistência no interior. “Perdemos também o local onde nossos idosos e jovens se reuniam para preservar a cultura japonesa”, declarou.